terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Dois cariocas participam de musical britânico milionário sobre Michael Jackson

 Em um passeio no Parque de Madureira, Felipe Adetokunbo não demora para arriscar alguns passos de dança. Já Isacque Alexandre diverte-se assoviando melodias enquanto é fotografado. O que os dois têm em comum? Aos 12 anos, são cariocas, moradores da Zona Norte e fãs de Michael Jackson. Talentos que sobem ao palco a partir do mês que vem na superprodução britânica ‘Thriller Live’, que tem orçamento de R$ 10 milhões — a temporada no Rio de Janeiro começa dia 22, no Citibank Hall.

Crianças dão salto para a fama | Foto: André Mourão / Agência O Dia

Crianças dão salto para a fama | Foto: André Mourão / Agência O Dia


“Nunca pensei que pudesse fazer parte de uma coisa tão grande”, deslumbra-se Isacque, que mora em Pilares e sonha ser bailarino profissional. “Estamos aprendendo coisas novas, criativas. Nos esforçamos muito”, conta Felipe, de Oswaldo Cruz, que sonha ser cantor.

Suor é o que não falta: este mês, os ensaios são de segunda a sábado. Mas, antes, os dois passaram por um processo seletivo, que aconteceu no ano passado, em São Paulo e avaliou 80 garotos. Uma prova de fogo, já que tiveram de se apresentar sob os olhares atentos do diretor Adrian Grant — que, aliás, foi amigo do rei do pop — e do coreógrafo Gary Lloyd.

“Quando entrei na sala, o Gary estava muito sério. E eu, morrendo de vergonha. Quando comecei a cantar, percebi que ele abriu um sorriso. Depois que recebi a notícia de que estava dentro, não aguentei. Fui para trás do balcão e soltei um grito”, relembra Felipe. Isacque também não coube dentro de si diante de tanta alegria. “Não conseguia parar de chorar. E olha que nem sou de fazer isso”.

Felipe e Isacque têm a missão de encantar a plateia cantando e dançando hits do Jackson 5 — conjunto que projetou Michael e seus irmãos ao estrelato. São clássicos como ‘I’ll Be There’, ‘Music and Me’, ‘I Want You Back’ e ‘ABC’. Eles, porém, não estarão juntos em cena — vão se revezar em apresentações que irão até junho. Não importa: compartilhando aprendizados, os garotos já ficaram amigos.

“Tem alguns filmes americanos em que os novatos são maltratados. Com a gente, foi ao contrário. Eles exigem disciplina, mas de uma forma muito legal”, garante Felipe, que aproveita para tentar perder um pouco de sua timidez. “Minha tia me falou: ‘Perca sua timidez’. Prometi que ia conseguir. Mas a timidez vai e, às vezes, volta”, diz ele, em tom de voz baixo.

Além da afinação invejável e dos passos copiados no mundo inteiro, a determinação é outra característica de Michael Jackson que faz parte das lições dos meninos. “A aprendemos no musical que temos que lutar muito para conseguirmos coisas nas nossas vidas. Errar é humano. Se você erra, tem que levantar a cabeça e continuar batalhando”, diz Isacque. “O Michael sofreu várias dificuldades e venceu”, comenta Felipe.

E, para eles, quando se trata de sonhos, lição dada é dever comprido. “Quero ser um músico da MPB, cantar Elis Regina... Um dia, quero fazer faculdade de música e, depois, medicina. Medicina é muito difícil, né? (risos)”, questiona Felipe. “Quero ser bailarino e ator. Também penso em ser engenheiro elétrico. Mas não quero perder a essência da dança. Para qualquer lugar que me chamarem, sempre estarei lá dançando”, garante Isacque.

Mães corujas

Por trás de tanta empolgação e empenho, estão mães cheias de orgulho dos filhos. “O Isacque imita o Michael desde os 5 anos. Ele está supercontente”, conta Rosângela Rosa. “É bom que outros meninos os assistam dançando e vejam que não há problema algum. A discriminação é boba”, opina Verônica Neves, outra mãe coruja. “O Felipe veio para mostrar o que sabe”, conclui ela.

http://odia.ig.com.br/portal/diversaoetv/dois-cariocas-participam-de-musical-brit%C3%A2nico-milion%C3%A1rio-sobre-michael-jackson-1.541011

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