terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Por que Whitney Houston não irá alcançar os ganhos pós-morte de Michael Jackson

Há muitas semelhanças entre Whitney Houston e Michael Jackson, ambos eram cantores imensamente talentosos e suas mortes foram preenchidas por um derramamento global de pesar e apoio.




Mas quando se trata de finanças pós-morte, as duas super estrelas não poderiam ser mais diferentes.



O espólio de Michael Jackson tem apurado mais de meio bilhão desde a sua morte em 2009, graças à enxurrada de acordos feitos pelos co-executores John Branca e John McClain. Isso inclui o pagamento de 60 milhões de dólares para o filme “This Is It”, um contrato de gravação com a Sony por 250 milhões de dólares e uma parceria com o Cirque Du Solei chamada: “Michael Jackson The Immortal World Tour”, que está arrecadando mais de dois milhões de dólares por show.


Os detalhes de quem vai cuidar do espólio de Houston ainda estão surgindo, mas especialistas do setor concordaram que não há como ela se aproximar do Rei do Pop, em termos de ganhos por um número de razões. Primeiro de tudo, Michael Jackson deixou um tesouro de material inédito suficiente para conseguir um acordo recorde com a Sony. Houston não deixou muito para trás na forma de músicas novas.


Da receita gerada pelo aumento das vendas de músicas de Houston, o seu espólio não vai ver muito quanto o de Jackson. Isso é porque Jackson escreveu ou co-escreveu muitos de seus maiores sucessos, como “Billie Jean” e “Beat it”. Outros compositores escreveram a maioria do trabalho de Houston, de “I Wanna Dance (With Somebody)” para “I Will Always Love You”.


Portanto, Dolly Parton que escreveu “I Will Always Love You”, irá receber as receitas de publicação das exibições de rádio nos EUA e de licenciamento para filmes e comerciais. O espólio de Houston irá apenas receber os royalties de artista pelas vendas de álbuns e exibições de sua música no exterior.


Para ter certeza, o espólio de Houston irá receber muito dinheiro dos royalties do artista gerados pela venda de álbuns. Michael Jackson vendeu oito milhões de álbuns nos EUA nos seis meses depois de sua morte, e 20-30 milhões de álbuns no mundo inteiro. Se Houston vender pelo menos a metade do que Jackson vendeu o seu espólio pode acumular mais de 10 milhões de dólares no próximo ano apenas pelas vendas de música.


Ainda assim, não há garantias de que Houston será capaz de sustentar seu ritmo atual.


Outra potencial fonte de receita para o espólio de Houston é o filme “Sparkle”, em que a cantora atua como atriz e produtora executiva. Ela provavelmente vai receber uma parte das receitas de bilheteria, e dada a publicidade em torno do filme, é provável que seja um sucesso.


Mas alcançar o sucesso de “This Is It” será uma tarefa difícil – o filme de Jackson arrecadou mais de um quarto de um bilhão de dólares em todo mundo, e o pagamento adiantado de 60 milhões de dólares, negociado pelo espólio de Jackson, veio após a sua morte. Seja qual for o adiantamento que Houston recebeu em vida é apenas uma fração do que o espólio de Jackson recebeu.





Assim como o fato de que Houston não era uma compositora e não deixou uma vasta biblioteca de material inédito vai limitar os ganhos potenciais de seu espólio, o mesmo acontecerá com o tamanho relativo e a intensidade de sua base de fãs.


“Michael Jackson teve um número enorme de seguidores em todo mundo”, diz o advogado de entretenimento Donald David. “Whitney Houston não tem isso”.


Essa é apenas a ponta do iceberg de diferenças entre o espólio de Houston e Jackson. O Rei do Pop tem arrecadado mais de meio bilhão de dólares nos dois anos e meio desde a sua morte, uma fatia considerável vem do controle de um ativo muito mais valioso do que qualquer outro pertencente ao espólio de Houston, ou, aliás, a qualquer outro artista.


A jóia mais valiosa da coroa financeira de Jackson, tanto na vida quanto na morte, é a sua participação de 50% no catálogo de edição Sony/ATV. Comprado por Jackson por 47,5 milhões de dólares em 1985, e que contém sucessos dos Beatles, Elvis Presley e outros artistas.


Dez anos depois da compra do ATV, Jackson fundiu o catálogo com a Sony em troca de um pagamento inicial de 95 milhões de dólares e uma participação de 50% na joint venture, Sony/ATV.


A entidade Sony/ATV continuou a investir em direitos autorais novos e agora vale pelo menos dois bilhões de dólares.


Em suma, apenas a participação do espólio de Jackson na Sony/ATV, provavelmente vai arrecadar mais dinheiro do que o espólio inteiro de Houston vai gerar em 2012.


http://brasil.mjjunderground.com/2012/02/20/por-que-whitney-houston-nao-ira-alcancar-os-ganhos-pos-morte-de-michael-jackson/

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