Jackson morreu em 25 de junho de 2009, quando se preparava para uma grandiosa volta aos palcos em uma série de shows em Londres. A empreitada era uma tentativa de recuperar o sucesso que ele teve quando lançou "Thriller", em 1983.
Sua morte deu vida nova às vendas dos discos e alavancou outros projetos que devem gerar centenas de milhões de dólares. Michael chegou ao topo do ranking da revista "Forbes" de artistas mortos que mais faturam. O Cirque du Soleil estreia um espetáculo sobre o cantor nesta semana, nos Estados Unidos, e o Hotel Mandalay Bay deve inaugurar uma exposição permanente com seus objetos pessoais.
Depois do julgamento, ficou claro que os esforços da defesa de Conrad Murray em tentar mostrar Michael como o vilão da história não deram certo. Murray foi condenado à pena máxima por homicídio culposo e foi chamado de oportunista. O juiz Michael Pastor ainda o criticou por fazer "experiências" com o cantor, receitando Propofol para tratar de insônia.
Julgamento humanizou Michael
Para alguns especialistas, as revelações sobre o cantor o aproximaram das pessoas, que o viram como alguém mais normal, que estava tentando lidar com um problema. Para o biógrafo do artista, J. Randy Taraborelli, o julgamento humanizou Michael. "O julgamento fez com que nossos corações ficassem com Michael. Ele era alguém que sofria muito e não tinha a ajuda de que necessitava."
O advogado Thomas Mesereau Jr., que defendeu Michael das acusações de abuso de menor, acredita que a imagem do cantor foi manchada no julgamento, mas que o impacto disso só será sentido por um curto período. "Claro que não ajuda muito ter todo esse testemunho sobre uso de drogas. Mas o tempo passa, as pessoas irão se ligar mais à música e a parte negativa da vida dele irá sumir", explica.
Enquanto Conrad Murray foi acusado de ter sido negligente, Michael foi mostrado como um artista em idade avançada desesperado para consolidar seu espaço na mídia e para dar uma vida estável a seus três filhos, Paris, Prince e Blanket.
Imagem negativa irá sumir
Segundo o especialista em licenciamento de produtos para celebridades que já morreram Martin Cribbs, o julgamento gerou tanta compaixão das pessoas que a possível imagem negativa que Jackson tinha irá sumir ao longo do tempo. "Não acho que nenhuma revelação negativa feita no julgamento pode ter impacto sobre sua imagem. Como uma sociedade, temos que dar a todos uma segunda chance. O legado de Michael vai ser como o de Elvis e dos Beatles. Vai ser sua música, sua genialidade e seus trabalhos de caridade", diz.
As excentricidades do cantor sempre foram manchete: fosse porque viajou com um chimpanzé chamado Bubbles, ou dormiu numa câmara hiperbárica, ou balançou sua filha blanket numa sacada quando ela ainda era um bebê, isso acabou levando muita gente a se afastar dele. A acusação de abuso afastou ainda mais Jackson da mídia.
O show do Cirque du Soleil foi lançado no Canadá e já tem 150 datas agendadas só na América do Norte, e deve rodar o mundo até 2014. A exposição permanente dos objetos do ator irá até 2013. No ano em que Michael morreu, foram vendidos 8,3 milhões de discos seus somente nos Estados Unidos --quase duas vezes mais do que a artista que ficou no segundo lugar em vendas, Taylor Swift. "This Is It" tornou-se o documentário sobre um show mais visto de todos os tempos.
Para o especialista em cultura pop Rich Hanley, Jackson era "a complexidade das complexidades". "Talvez haja danos na reputação de Michael por conta do julgamento, porque seu santuário foi penetrado pela primeira vez", diz. "Sua música, no entanto, é eterna. Ela traz alegria para todos e continuará trazendo, assim como o trabalho de Elvis continua atraindo fãs, mesmo depois de tanto tempo de sua morte", diz.
http://celebridades.uol.com.br/noticias/ap/2011/12/02/legado-de-michael-jackson-ira-prosperar-apos-condenacao-de-conrad-murray-dizem-especialistas.htm
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