Anderson Thives e a homenagem a Amy | Foto: Divulgação
Rio - Enquanto os fãs de Amy Winehouse ainda estão em estado de choque por conta da morte da cantora, fazendo peregrinação na Camden Square, rua onde ela morava em Londres, por aqui o sentimento é o mesmo. Se na Inglaterra eles continuam levando flores, velas e até garrafas de bebidas na porta da casa de Amy, do lado de cá do globo a coluna ouviu quem esteve pertinho da cantora em sua turnê no Brasil, no início do ano.
“Não quis acreditar quando soube da morte de Amy”, lamenta Alexandre Ferreira, que de tão aficionado assina o terceiro sobrenome Winehouse e é criador do fã-clube Trouble — primeiro da cantora no País. O sentimento é compartilhado pela assessora de imprensa Denise Toledo, que, assim como Alexandre, tatuou o rosto do seu ídolo no braço. “Chorei horrores e até hoje estou sem acreditar. Parece que perdi uma pessoa da família”, disse. Renato da Silva, o segurança brasileiro que seguiu to-dos os passos da musa de ‘Rehab’ no País, comenta suas impressões. “Na época deu para perceber que ela estava dominada pelo vício”, lembra.
Lá se vão mais de 20 anos desde que Bruce Springsteen esteve no Brasil e Renato da Silva estreava como segurança pessoal de artistas em turnê pelo País. De lá para cá, ele virou o homem de ferro das celebridades internacionais que nos visitam. Com sua empresa, a BSS Vigilância, já cuidou de Madonna, Beyoncé, Black Eyed Peas, Cameron Diaz, Tom Cruise... e Amy Winehouse. Sobre a já saudosa cantora, o grandalhão de porte atlético — 1,90m — e cursos de defesa pessoal e controle de multidão feitos no exterior, tem várias lembranças.
“Desde o primeiro momento, quando desembarcou por aqui para fazer a turnê no início do ano, deu para perceber que ela estava dominada pelo vício. O corpo, os hematomas, as ausências, ela parecia perdida”, recorda ele, que da época que se especializou em Londres conheceu Colin Lisch, segurança particular de Amy. “Foi ele quem me indicou para cuidar dela enquanto estivesse por aqui. Colin começou dizendo que ela era complicada e que não gostava de receber ordens”, lembra.
Mas, segundo ele, Amy não deu trabalho no Rio. “Ela só não era muito comunicativa, mas ficava na dela, não atrasava. Tínhamos que mantê-la longe de bebidas e festas. Por isso escolheram o Hotel Santa Teresa, mais distante”, conta. “Lembro que, quando a embarquei de volta a Londres, comentei com o meu irmão, que também é segurança, que fiquei impressionado como ela era magra e, como esbarrava em tudo o tempo todo. Parecia que estava sempre bêbada, mesmo que não estivesse”.
Um olho nas panelas, o outro na vida de Amy. Assim tem sido a rotina do estudante de gastronomia Alexandre Ferreira, de 24 anos. Morador de Natal, há três anos ele fundou o Trouble, o primeiro fã- clube da cantora no País. “A Universal Music, gravadora dela, nos reconheceu e nos indicou no site oficial da Amy”, disse ele à coluna, ainda ‘de luto’ pela morte do ídolo. “Fiquei muito triste e não quis acreditar quando soube da morte dela”.
Hoje o fã- clube oficial conta com 800 nomes cadastrados no Brasil e já se espalhou para outros países. “México, Chile, Espanha, Polônia, Grécia, Filipinas, Itália e Estados Unidos”, enumera. “Eu conheci o trabalho da Amy em 2006 e me apaixonei. Dois anos depois, fiz minha primeira tatuagem em homenagem a Amy nas costas. A segunda tatoo, a do braço esquerdo, é um desenho de corpo inteiro onde ela está com vestido vermelho. Ganhei de surpresa como presente de aniversário dos amigos do meu antigo emprego, e a terceira fiz em novembro do ano passado, assim que foi confirmada a vinda dela para o Brasil”.
O mais perto que Alexandre conseguiu chegar da cantora foi no show que ela fez no início do ano, em Recife. “Cheguei ao Centro de Convenções, local da apresentação, às oito da manhã. Ela só subiu ao palco perto de meia-noite. Fui o primeiro a entrar e fiquei bem em frente. Foi emocionante e nunca vou esquecer. Valeu cada segundo da espera”, orgulha-se Alexandre que, detalhe, assina Alê Winehouse.
Fã que se preze não mede esforços para declarar o amor ao seu ídolo. Que o diga a assessora de imprensa carioca Denise Toledo. Ela não pensou duas vezes em tatuar o braço com o rosto do fenômeno pop um dia antes do show no Rio, em janeiro. “Já queria fazer isso há um tempo e amei. Mas, claro, muitas pessoas disseram que eu era louca. Costumo dizer que é uma tatoo como outra qualquer. Não é a Marilyn, é a Amy, não é Jesus Cristo, é a Amy...”, disse Denise, que se tornou praticamente uma ‘celebridade’ na área vip do show carioca. “Todo mundo queria tirar foto comigo, até Débora Bloch e o Sérgio Marone. Fiquei em êxtase e gritava no último tom”, diverte-se.
Denise começou a gostar de Amy em 2007, quando diz que “ninguém sabia direito quem era a dona daquele vozeirão”. Hoje ela coleciona um arquivo digital com 5 mil fotos e um álbum caprichadíssimo feito à mão, detalhe, com todas as letras das músicas da cantora. “Chorei horrores e até hoje estou sem acreditar. Parece que perdi uma pessoa da família”, disse à coluna.
Ninguém melhor do que o artista plástico Anderson Thives para conhecer bem a fisionomia de Amy. Afinal, ele ficou horas e horas debruçado sobre o rosto da cantora para atender a uma encomenda, digamos, exótica: fazer um quadro de colagem de revistas eróticas com o rosto da cantora. “O pedido foi uma encomenda do empresário Marcos Entrenós, dono da casa de swing 2A2, em Copacabana”, conta.
“Fiz uma exposição no ano passado com os temas morte, vida, arte e fama. Quando o Eike Batista deu um quadro que fiz com o rosto da Madonna para a própria, comecei a receber encomendas”, contou Thives, que também é fã de Amy e por isso caprichou na riqueza de detalhes, incluindo uma cena de uma turma dançando numa festa ‘bem barra pesada’. A quem interessar possa, a obra de colagens que formam o rosto de Amy está em exposição na casa de swing... É dura a vida da bailarina. Beijo, me liga, até amanhã.
As frases de Amy
“Odeio essas meninas que se fingem
de burras porque é mais fácil”
“Eu já morri centenas de vezes”
“As lembranças magoam a minha mente”
“Se uma pessoa tem tendência para o
vício, passa de um veneno para o outro”
“A vida muda, meu irmão… Nunca mais voltamos a ser aquilo que éramos”
“Não há nada novo para aprender”
“É claro que acredito em finais felizes”
http://odia.terra.com.br/portal/diversaoetv/html/2011/7/minha_vida_com_amy_winehouse_181322.html
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