por Ben Sisario, Exclusivo i/The New York Times, Publicado em 12 de Maio de 2010
O primeiro espectáculo baseado num concerto do Rei da Pop estreia em Las Vegas no Outono de 2011, seguindo-se uma digressão mundial
Confirmando os rumores que circulavam há meses, os herdeiros de Jackson anunciaram na passada semana ter chegado a acordo com o Cirque du Soleil, a companhia de teatro acrobático sedeada em Montreal, para a criação de dois espectáculos centrados na música de Jackson, com o primeiro a estrear em Las Vegas no próximo ano.O espectáculo, marcado para estrear no Outono de 2011, será pensado a partir de um concerto ao vivo de Jackson. Depois de uma carreira breve em Las Vegas, o espectáculo entrará em digressão mundial. No final de 2012, outro espectáculo dedicado a Michael Jackson deverá abrir como atracção permanente num espaço detido pelo MGM Grand, operador de hotéis e casinos, segundo uma declaração conjunta dos legatários do património de Jackson e a companhia de circo. Ambos os espectáculos estão ainda em fase de planeamento, não tendo ainda título.O acordo, que chega um mês depois do histórico contrato discográfico com a Sony de 250 milhões de dólares (aproximadamente 190 milhões de euros), perspectiva outra grande fonte de rendimentos, estando na calha mais produtos e atracções relacionadas com Jackson. Quando o cantor morreu em Junho passado, aos 50 anos, deixou um património avaliado em quase mil milhões de dólares (cerca de 750 milhões de euros), bem como os juros de uma dívida pesada.As produções deverão combinar música e coreografias de Jackson com efeitos especiais elaborados. "Em ambos os espectáculos será possível sentir a presença de Michael Jackson, mas serão muito diferentes", afirmou John Branca, advogado de longa data de Jackson e um dos executores do património do cantor.O acordo estabelece uma joint venture entre o Cirque e os administradores do património de Jackson, com cada entidade a assumir metade da produção, dividindo os custos e os lucros. Dado o êxito que o Cirque obteve com espectáculos como "Love", o tributo aos Beatles que esgota plateias em Las Vegas desde há quatro anos, o negócio tem o potencial de vir a gerar quantias significativas de dinheiro para o património de Jackson.Os herdeiros de Jackson receberão também royalties da música utilizada nos espectáculos. Tal como acontece com "Love", a produção será acompanhada por um clube nocturno dedicado a Michael Jackson e haverá merchandising abundante. O Cirque assumirá o financiamento dos espectáculos.O espectáculo dedicado a Jackson será o oitavo do Cirque du Soleil em Las Vegas. Em Dezembro último estreou "Viva Elvis", inspirado em Elvis Presley, com os bilhetes mais caros a custarem 175 dólares, cerca de 130 euros.A banda sonora de "Love" vendeu 2,1 milhões de cópias nos Estados Unidos, segundo a Nielsen SoundScan, e tanto a Sony como os legatários de Jackson dizem que já foram despachados 31 milhões de álbuns de Jackson para lojas em todo o mundo desde a sua morte (o número, uma medida comum mas inexacta utilizada pela indústria musical, é habitualmente mais alto do que o número de vendas confirmadas).Lamarre revelou, na semana passada, que Jackson visitou o estúdio do Cirque em 2004 e que, nos últimos anos, houve conversações para a criação de um espectáculo. Inspirado pelas elaboradas produções cénicas de Jackson, o Cirque du Soleil planeia acrescentar novas tecnologias, que incluirão possivelmente, imagens 3D e hologramas.O mesmo responsável afirma que os espectáculos de Jackson serão os mais caros que a companhia já produziu; a montagem de "Love" terá custado 175 milhões de dólares (130 milhões de euros) e "KA", que estreou em Las Vegas em 2005, diz-se ter custado 220 milhões de dólares (165 milhões de euros)."Nunca sentimos tanta pressão como agora", confessa Lamarre. "Michael Jackson alcançou tais feitos na história do entretenimento que não temos outra opção - temos de oferecer novas tecnologias, novo material e um conteúdo artístico que não terá paralelo."
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