terça-feira, 17 de novembro de 2009

Almas

http://www.oraetlabora.com.br/maranatha_01.htm

Os noivos fantasmas de This is it.
Achei essa teoria bastante interessante, dos Maranatha:


“O ESPÍRITO E A NOIVA.

Há um movimento maravilhoso na imagem: “Vi a santa cidade de Jerusalém, descendo do céu da parte de Deus” (Apoc,21,10). Ela “desce do céu da parte de Deus”. Não há um abaixamento do que é nobre para o que é mesquinho, mas uma descida como aquelas que se querem significar ao dizer-se, por exemplo: os raios do sol nascente descem da montanha – ou: o rei desce os degraus do seu trono. É a condescendência da majestade, da amabilidade, da gentileza, no gênero da que apresenta o pintor apocalíptico Matthias Grünewald quando, no retábulo de Isenheim, faz jorrar do alto do céu, sobre Nossa Senhora sentada, luz e anjos: plenitude infinita e torrencial de benção e de beleza.

A imagem torna-se depois indizível: “Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo do céu da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu noivo” (21,2). O esplendor torna-se aqui amor. A inteira criação dirige-se numa abençoada disponibilidade para Cristo. O novo Testamento fala raramente destas coisas íntimas. Encontramos em S. Paulo algumas alusões; e também, se repararmos bem, em S. Paulo – é tudo. Esta palavra é a mais explícita. No fim do Apocalipse diz-se: “O Espírito e a noiva dizem “Vem!. Uma palavra de anseio infinito. O Espírito profere-a, e a noiva. A noiva é a criação, que fora regenerada por esse começo no amor e que agora desperta para o amor. Mas é a partir do Espírito que ela ama. É o Espírito que opera a transformação, a intimidade e a abertura. Falamos aqui na terra do “interior” da alma, da sensibilidade, do coração, e do “exterior” das coisas, dos acontecimentos, do espaço do mundo. Esta diferença será reabsorvida numa nova unidade. O corpo não será simplesmente exterior e alma interior, mas a alma manifestar-se-á no exterior e o corpo tornar-se-á interior. Por isso, as coisas, as árvores, os animais, as estrelas, o mundo, não se apresentarão apenas no exterior mas num espaço do coração que, sem confundir Deus e a criatura, tudo unificará, de um modo que nos é ainda velado. Podemos um dia pensar esta unidade com a “Razão de Cristo”, da qual participaremos segundo a palavra do apóstolo. O coração do homem-Deus será o espaço para que tudo refluirá. Essa interioridade, que outrora viveu numa grande solidão, que foi repelida por todos, a “abandonada” mesmo pelo Pai – então ela vencerá. Tudo o que é será nela. Mas esta interioridade penetrará tudo e manifestar-se-á. Tudo será aberto. Luz. Não haverá mais interior e exterior, e apenas actualidade. Isso, a actualidade do amor, o amor como o estado da Criação, a identidade da interioridade e da abertura: é isso o Céu.

Cristo opera tudo isso. A última forma pela qual Se revela no Apocalipse é esta: Aquele a quem tudo é noiva. D’Ele irrompe para cada um começo. D’Ele provém o Espírito de Renovo. D’Ele acontece a transmutação. Para Ele se dirige o movimento de amor da Criação, ornada como a noiva que vai ao encontro do esposo.

Quando a série das faces de Cristo terminou, quando Ele Se manifestou como Aquele que anda entre os candeeiros; como Aquele que está sentado no trono; como o Cordeiro na montanha, rodeado pela multidão; como o grande Sinal no céu e o Cavaleiro do corcel branco – depois de toda esta superabundância de imagens, retorna então à simples interioridade daquele nome que uma vez Lhe foi dado na terra:

“Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos atestar coisas a favor das igrejas...”

“O que atesta estas coisas diz: “Certamente que venho depressa!”

“Ámen, vem, Senhor Jesus!”

MA - RA - NA - THA

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