terça-feira, 2 de novembro de 2010

3 de espadas e Os amantes

Na carta dos Amantes, entre tantos significados simbólicos que representa, o de escolha, de opção, de livre-arbítrio é um dos mais importantes e instigantes. E para fazermos boas escolhas é necessário que tenhamos experiência, estejamos maduros o suficiente para podermos avaliar, com clareza, os reflexos que toda e qualquer opção que tomamos tem em nosso futuro e nas vidas das pessoas que nos cercam.

É uma carta que demanda um grau de responsabilidade que muitas vezes ainda não adquirimos, através da vida, através dos mecanismos necessários que nos habilitem a fazermos as escolhas corretas. Ainda não conhecemos de cor o caminho para sabermos, com certeza, qual das direções optar, ao chegarmos numa bifurcação. O que fazer em situações como essas? Podemos tomar o caminho da direita e acabarmos nos perdendo, mas conhecendo uma nova região, com uma espetacular paisagem. Ou podemos optar pelo da esquerda e chegarmos ao nosso destino
pretendido. Não há garantias.

O mesmo ocorre quando assumimos compromissos. Apaixonar-se por alguém ou por um ideal traz uma série de consequências que nos fazem, muitas vezes inseguros de assumi-las, por não nos considerarmos aptos de cumprirmos com elas e, sobretudo, as assumirmos e nos responsabilizarmos por elas e pelos rumos que possam tomar. É muito importante que percebamos que nessas escolhas nunca estamos completamente sós, envolvendo outras vidas, atrelando o destino de outras pessoas ao nosso.
Pode, também, significar vontade ou tendência a comprometer-se; dualidade; contraditório; buscar a complementação de algo; união divina; equilíbrio; discernir; combinar; fazer escolhas; conflitos emocionais; amor e relacionamentos; harmonia, beleza e perfeição; escolher um parceiro, um sócio; ser responsável ou assumir a responsabilidade por algo ou alguém; estar vivendo uma vida dupla; energia sexual ativada; casamento entre opostos; individualidade; gêmeos; ajuda para transpor obstáculos; ter um “caso” fora do relacionamento; todas as formas de amor e de amar; atração mútua; ser fiel a seus princípios; saber o que é bom e o que não funciona para si mesmo, entre muitas outras possibilidades.

A essência das cartas do Naipe de Espadas é a dor que advém do fato de se encarar a verdade e, com isso, avançar no crescimento pessoal. Não é de se estranhar, então, que se considerarmos alguns aspectos religiosos que ao definirem nossa passagem por esta existência afirmam que nascemos neste “vale de lágrimas”, o 3 de Espadas é a quintessência do Naipe. Essa carta sugere problemas e dificuldades em quase todos os aspectos da vida.

Para compreendermos melhor o aspecto positivo do 3 de Espadas é necessário que raciocinemos a respeito do que Espadas realmente significam, qual o seu propósito: O que é dor e para que serve? Como devemos lidar com as nossas angústias, nossas aflições, nosso desespero, nossas frustrações? Qual é a mais apropriada reação ao sofrimento?

Quando surge a dor é também tempo de afligir-se, de lastimar-se, de lamentar. E o que é mais fascinante é que quando paramos de negar a dor, de recusar-nos a vê-la e vivenciá-la, de resistir a ela, quando permitimos que ela nos tome de assalto o coração, ela nunca vem sozinha. Alguma coisa sempre a acompanha. Algumas vezes é uma sensação de paz e de fé, de amor e de esperança. Uma sensação da Divina presença. A pior parte da experiência de vivenciar a dor é resistir a ela. Enquanto lutamos contra ela, só a tornamos mais forte, mais cruel e poderosa. Quando nos entregamos, quando decidimos aceitá-la como parte de estarmos vivos e do equilíbrio natural entre todos os aspectos que precisamos vivenciar em nossa evolução, algo acaba sendo liberado. provavelmente o pânico, o medo que sentimos em não conseguir continuar. O sofrimento, as feridas causadas pela dor acabam sendo limpas pelas nossas lágrimas, pelo sangue que escorre das nossas mágoas. Nada supura, nada estagna ou apodrece, tudo se limpa. Dói muito, e continua a doer bastante. Dói sem parar. E então… cicatriza.

Não há como evitar a dor, nem há como ignorá-la ou adiá-la. Ela estará sempre lá, esperando por nós. O tempo não a dissolve. É a nossa forma de encará-la, de lidar com ela, de deixar que ela invada o nosso coração e promova a mudança da qual ela é o agente, só assim ela terá alguma razão de ter existido. É para isso que a dor serve: para nos transformar. Subitamente não somos mais as mesmas pessoas que éramos. Aceitando a dor, não nos tornamos amargos, cínicos, indiferentes ou duros. Nos tornamos sábios. O 3 de Espadas pode, então, ser visto como o cumprimento, a compleição, a realização, a verdadeira essência do Naipe de Espadas porque ele subentende a complacência, a coragem, a boa vontade, a honestidade de permitir-se vivenciar as dores, as perdas, os sacrifícios que naturalmente surgem em nossas vidas.

http://alextarologo.blogspot.com/2010/05/carta-do-dia-3-de-espadas.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário